abril 21, 2014

Leitura: Uma paixão hereditária

Oi gente, tudo bem? 
Hoje vou falar um pouco da minha história com os livros. Vamos conferir!!


O meu pai era apaixonado por literatura. Ele também era apaixonado pelos números (matemática), fazia jogos, adivinhações e me ajudava com os deveres de casa – já que eu sempre fui, e ainda sou, péssima nessa matéria. Mas a sua grande paixão eram os livros. De todos, os tipos. Lá em casa tinha estantes e prateleiras abarrotadas de dicionários, enciclopédias, livros didáticos e literários dos mais variados temas, para todos os gostos. E se ele estivesse caminhando pela rua e encontrasse um livro jogado, ele trazia para casa... e o lia.

Nossa estante
Eu admirava muito isso no meu pai, porque, por conta disso, ele era capaz de dialogar com qualquer pessoa sobre qualquer assunto, pois a leitura lhe proporcionou isso. Além de tê-lo transformado num ótimo contador de histórias - ele sempre tinha uma pra contar pra quem chegasse lá em casa, também escrevia muito bem, e até ganhou um concurso de poesia no trabalho. Enfim, meu pai era massa! É meu ídolo incondicional. E foi ele quem me fez gostar de ler.

Eu adorava ler os livros de histórias infantis que tinha lá em casa. Havia muitos, desde os tradicionais, como Branca de neve, Cinderela e Peter Pan, até alguns com histórias poucos conhecidas, mas não menos interessantes. Eram ótimos, não somente pelas histórias, mas pelas gravuras, riquíssimas em detalhes e muito coloridas. Depois dos livros, passei aos gibis, que também tinham muitas figuras. Até que meu pai teve uma brilhante sacada, no intuito de me fazer gostar de ler.

Um belo dia, ele chegou para mim com um livro intitulado ‘Papai pernilongo’ - era um livro de 96 páginas (fino), mas sem figuras – e disse: Vamos ver quem termina de ler primeiro? E me mostrou o livro que ele iria ler para competir comigo. Não lembro o título, mas não tinha menos que 300 páginas. E eu aceitei, claro! Lí todo o livro em menos de 5 dias e entreguei a ele toda feliz. Meu prêmio? Outro livro. O título era ‘Operação macaco velho’, e foi esse livro que me despertou a paixão pela leitura. Não que fosse um best-seller de um escritor renomado, mas ele tinha um enredo muito atrativo, com mistério, aventura, jovens, enfim, possuía elementos que prendem a atenção do leitor.

A partir de então, li muitos livros nessa linha, especialmente os de Pedro Bandeira. Depois passei aos romances policiais de Agatha Christie e Sidney Sheldon, que se tornaram minhas paixões. Mas também li outros, como ‘O mundo de Sofia’, ‘Pollyanna’, alguns do Paulo Coelho e precisei ler ‘O retrato de Doryan Gray (indicação do meu pai) para um trabalho da escola. E tentei, gente eu juro que tentei ler livros daquelas coleções ‘Bianca’, ‘Julia’, ‘Sabrina’, mas apesar de minhas amigas devorarem aqueles livros, eu não conseguia passar do primeiro capítulo.


Dei uma longa pausa nas minhas leituras, pois a vida de quem estuda, trabalha e socializa não deixa tempo para se dedicar aos livros. Especialmente quando você faz faculdade e passa a ler muitos livros e textos didáticos. Mas após a formatura, na mesma época em que perdi meu pai (12/03/2012), fiquei com mais tempo livre para me dedicar aos livros, especialmente porque o rico acervo literário do meu pai sofreu uma grande perda de obras para o cupim (uma longa história). 

Precisamos separar tudo e reorganizar numa nova estante, onde encontrei livros recém comprados, que nem chegaram a ser lidos, alguns ainda no plástico... bateu aquela nostalgia de ver ele, sentado na mesa da cozinha às 5 da manhã lendo, enquanto todos ainda dormiam. Vi essa cena varias vezes, quando chegava das festas e passava na cozinha para beber água. 

E como uma paixão adormecida, foi essa lembrança que me fez voltar a ler, talvez para senti-lo próximo a mim, para manter viva a sua memória e para me lembrar do quão importante é ter um pai presente, que incentiva seus filhos para o bom caminho e que continua a nos inspirar, ainda que em outro plano. Esse é o legado que ele me deixou.

É isso! 

E aí, alguém já leu algum desses livros? Tem alguma experiência parecida em relação ao hábito de ler? Conte pra gente! 

Até a próxima!
 
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