julho 09, 2015

Resenha: Os Três

Olá pessoas lindas tudo bem?
Finalmente terminei mais uma leitura e trago uma resenha fresquinha para vocês.


A leitura desses livro demorou um pouco mais que o previsto, pois não foi uma das leituras mais fáceis para mim, apesar de estar acostumada a ler vários gêneros diferentes. E aí é que está: Os Três possui a narrativa mais diferente de tudo que eu e muita gente já leu na vida. Confiram!

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Sinopse: Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem, quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo. Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação. A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente para deixar um alerta em seu celular... Essa mensagem irá mudar completamente o mundo.
Título: Os TrêsAutora: Sarha LotzAno: 2014Gênero: FicçãoEditora: Arqueiro

Sarah Lotz conseguiu criar uma história totalmente insana, envolvendo acidentes aéreos, conspirações apocalípticas, alienígenas e cultos aos sobreviventes de uma tragédia que mudará o mundo. É até um pouco difícil fazer essa resenha, pois a trama foi tecida em forma de relatos, que foram compilados pela jornalista Elspet Martins em um livro, e cada capítulo narra os acontecimentos decorrentes do encontro das pessoas que tiveram algum contato com as crianças sobreviventes ou seus parentes e amigos próximos.


“O dia estava lindo, parecendo posar para um cartão-postal” 

Como conta a sinopse, quatro aviões caem ao mesmo tempo em quatro continentes diferentes (América, Europa, África e Ásia), onde 3 crianças na casa dos 6 anos sobrevivem milagrosamente quase ilesas. Bobby é um garoto americano que perde a mãe no acidente e passa a viver com os avós em um pequeno condado nos EUA; Jess, a menina inglesa, perdeu os pais e sua irmã gêmea no acidente e fica sob a guarda do tio Paul, um ator homossexual atormentado pela má fama devido a problemas mentais que teve no passado; e Hiro, um garoto japonês, filho de um conhecido engenheiro robótico; além de Pam, que sobrevive apenas o tempo de deixar uma mensagem assustadora em seu celular. E a partir da existência desses sobreviventes somada a essa mensagem que varias teorias e conspirações irão surgir, transformando o mundo em um verdadeiro caos.


“Aponto para a rocha vulcânica que forma a base do piso da floresta e digo que, se as árvores podem crescer numa superfície tão dura e implacável, uma vida nova pode ser construída sobre o alicerce de qualquer dificuldade.” 

A atmosfera da história é aterradora, pois a partir dessa tragédia, uma cadeia de acontecimentos vão se desdobrando, a partir do momento que o pastor, a quem a mensagem de Pam foi direcionada, começa a difundir uma teoria apocalíptica do fim do mundo, fazendo com que varias pessoas se voltem para a religião. Enquanto isso, desastres naturais, conspirações alienígenas e politicagem dão suporte a tais teorias que são disseminadas pelo mundo das mais diversas formas.


“O Japão não é uma criança que precise ser vigiada pela babá americana.”

É difícil falar dos personagens, pois são muitos relatos, e-mails, transcrições de áudio e fóruns de discussão que pautam todo o enredo, que se divide em partes, que vão desde a queda do avião até o desfecho. Dessa forma, o livro é narrado por várias pessoas, nos dando uma visão dos vários vieses que a narrativa toma. É possível visualizar os acontecimentos  como se olhássemos um gráfico. O que eu achei brilhante por parte da autora, e imagino o quanto foi difícil chegar a esse resultado tão real.


“Parece amargo, eu sei, mas a gente descobre quem são os amigos de verdade quando a vida desmorona.” 

O que me incomodou na leitura e foi o que acabou a tornando um pouco lenta, foi exatamente a forma como a história foi concebida, pois nós temos um desastre aéreo de proporções gigantescas no início, mas após esse momento, temos apenas os relatos das pessoas, que mesmo sendo informações fundamentais para entendermos toda a complexidade da trama, a deixa um pouco arrastada. E somente quase na página 200 é que alguma coisa substancial começa a acontecer de fato.


“Todo esse sofrimento, todas essas mortes. É tudo desnecessário.” 

Outro ponto que ressalto, é que mesmo se tratando de um acidente aéreo com centenas de mortes e muita comoção, isso não é tratado pela autora de forma tocante, o que faz com que a gente não sinta empatia pelos personagens, e suas histórias pouco nos comove. Apenas dois personagens me aproximaram mais da história, que foi um rapaz japonês que tem um relacionamento virtual com a prima do Hiro e Lilian Small, a avó do Bobby, que cuida do marido com Alzheimer, pois eles me pareceram mais humanos e mais sofridos, talvez.


“Todas as religiões têm profecias sobre o fim do mundo.” 

Não dá para falar muito sobre o desfecho, pois os acontecimentos são bem intensos, mas posso dizer que nesse ponto a jornalista que escreve toda essa história, que até então só sabemos seu primeiro nome, surge como uma pessoa de verdade, indo em busca de mais informações que lhe foram negadas ou que passou despercebido no momento que ela começou a pesquisar tudo. Parece confuso, mas o que a gente lê é o livro escrito por ela, e só no final ela surge para fazer parte de sua própria história.

É isso. Espero que tenham curtido a resenha, mesmo tendo sido um pouco difícil tentar falar sobre ela, mas acho que consegui expressar minha opinião. A edição da Arqueiro está impecável, não encontrei erros de revisão e a capa bem como as bordas da páginas na cor preta deu um ar bem assustador ao livro, assim como as imagens quase subliminares que compõem a capa.

Não dei 5 folhinhas, porque o livro não conseguiu me surpreender tanto quanto eu imaginei, mas recomendo a leitura, pois é uma história diferente e muito realista.

Vocês podem conferir tudo que estou lendo através do Orelha de Livro.

Até a próxima!!!
 
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