agosto 01, 2015

Quarto

Olá pessoal, tudo bem?
Começando o mês de agosto com o pé direito, trago para vocês mais uma resenha. Leitura escolhida na TBR para a Maratona Literária de Inverno #MLI2015.

 

A escolha do livro não foi aleatória, esse livro era desejado há tempos e assim que ele chegou eu logo o inseri na maratona, especialmente por ele estar na minha meta de leitura desse ano e porque não queria prolongar mais a espera para desfrutar dessa história, que eu vou contar para vocês.

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Sinopse: Para Jack, um esperto menino de 5 anos, o quarto é o único mundo que conhece. É onde ele nasceu e cresceu, e onde vive com sua mãe, enquanto eles aprendem, leem, comem, dormem e brincam. À noite, sua mãe o fecha em segurança no guarda-roupa, onde ele deve estar dormindo quando o velho Nick vem visitá-la.
O quarto é a casa de Jack, mas, para sua mãe, é a prisão onde o velho Nick a mantém há sete anos. Com determinação, criatividade e um imenso amor maternal, a mãe criou ali uma vida para Jack. Mas ela sabe que isso não é suficiente, para nenhum dos dois. Então, ela elabora um ousado plano de fuga, que conta com a bravura de seu filho e com uma boa dose de sorte. O que ela não percebe, porém, é como está despreparada para fazer o plano funcionar.
Fonte: skoob
Título: Quarto Autora: Emma DonoghueAno: 2011Gênero: DramaEditora: Verus


Narrado em primeira pessoa na visão de Jack, nós vamos descobrindo durante a leitura a rotina da criança que vive apenas com sua mãe, confinados em um quarto isolado acusticamente, contando com uma pequena claraboia por onde passa a pouca luz natural que entra no quarto. Eles possuem o básico para viver e se viram para criar atividades que façam o tempo passar menos devagar, como pintura, leitura, jogos, exercícios e brincadeiras que a Mãe inventa para tornar a vida do pequeno Jack um pouco normal, apesar de existir um mundo lá fora que ele vê pela televisão, mas que não parece real aos seus olhos inocentes, afinal, o mundo do Jack limita-se aquele pequeno quarto.

“A lua é o rosto prateado de Deus, que só aparece em ocasiões especiais.”


O livro divide-se em 5 partes, quando o enredo se desenvolve e as mudanças na vida de Jack começam a acontecer, como seu aniversário de 5 anos, que é quando a Mãe começa a lhe contar histórias sobre o mundo lá fora, a existência de uma família, etc. E a partir daí os planos para fugir começam a surgir na cabeça dela que já não suporta pensar que seu filho possa vir a sofrer os mesmos abusos que ela, sem nunca conhecer o mundo além da claraboia do Quarto. Ela observa que seu filho é forte, inteligente e capaz de ajudá-la na fuga, pois ela ensinou a ele tudo que estava ao seu alcance, como matemática, ler, escrever, mas não percebe que ele é apenas uma criança que não entende os perigos que há lá fora. Mas ela deseja tanto a liberdade que não percebe o quanto a vida poderá ser difícil, especialmente para o Jack. 

“Somos como pessoas num livro que ele não deixa mais ninguém lê.”

Sem entrar em detalhes da trama, eles conseguem fugir a partir de um plano muito ousado, mas a vida não será tão livre e tão perfeita quanto a Mãe imagina e quanto Jack nem imagina. Eles precisarão reaprender a viver num mundo novo, sem paredes, sem rotina, sem limitações, entre inúmeras pessoas, e essa será uma tarefa especialmente difícil para o filho que não sabe viver em sociedade e não tem sequer o costume de usar sapatos, por exemplo. 

“No Quarto eu ficava seguro e o Lá Fora é que assusta.”

O mais fascinante da leitura, foi a forma como a autora narrou toda a história pelos olhos do Jack, e é como se fosse possível se colocar no lugar dele e imaginar a sua vida, os seus pensamentos, suas reflexões tão pertinentes, no contexto de sua inocência. É muito comovente ver o mundo pela primeira vez a partir do que o personagem descreve, das suas observações, suas dúvidas e suas angústias, especialmente por ver sua mãe passando por seu próprio pesadelo ao se ver livre em um mundo que não é mais aquele que ela deixou quando foi sequestrada há 7 anos.


“Acho que o tempo é espalhado muito fino em cima do mundo todo, feito manteiga, nas ruas e nas casas e nas pracinhas e nas lojas, por isso só te um tiquinho de tempo espalhado em cada lugar, e aí todo mundo tem que correr pro pedaço seguinte.”


O desfecho é bem intenso, pois a autora deixou um suspense no ar até o final, que fecha bem a história, o que eu achei fantástico, mesmo não sendo nada muito extraordinário, foi perfeito para a proposta do livro. Mas a Lu Martinho, me deixou com uma pulga atrás da orelha, me questionando se eu não tinha sentido falta de algo que tornasse o livro completo. Refleti muito sobre isso, e a única coisa que me veio, foi com relação ao destino do sequestrador que, tendo em vista a forma como a trama foi conduzida, não vejo como poderia encaixá-lo no enredo.

“Eu vi o mundo e agora estou cansado.”


Não encontrei nenhum erro de revisão, a diagramação está perfeita, simples, e todos os elementos da capa remetem ao livro de uma forma muito singela. É um livro incrível que nos leva a reflexão sobre vários aspectos sociais, humanos, enfim, nota 5!!!

Bom, é isso. Espero que tenham gostado da resenha. a história vale a pena ser lida e espero que vocês tenham a oportunidade de conhecer a obra. Quem já leu, não deixe de comentar!

Ainda hoje teremos novidades, fiquem ligado!!

Até a próxima!!
 
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