novembro 29, 2015

Resenha: Extraordinário

Olá pessoal, tudo bem?
Hoje trago mais uma resenha, que assim como o livro anterior também estava na minha meta de leitura do Skoob.

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Eu demorei muito até resolver comprar e ler esse livro, pois ele era meio que uma modinha e uma febre na época em que lançou e eu sempre tenho receio de comprar esses livros muito badalados e me decepcionar, mas como ele estava em promoção, praticamente me chamando da prateleira, acabei comprando e me obrigando a ler, por isso o coloquei na meta de leitura. E agora, vocês poderão descobrir o que eu realmente achei do livro.

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Sinopse: August (Auggie) Pullman nasceu com uma síndrome genética muito rara, cuja sequela é a de uma deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros.
Título: Extraordinário | Autor: R. J. Palacio | Ano: 2013 | Gênero: Infanto-juvenil, Sick-lit | Editora: Intrínseca | Onde comprar: AmazonSaraivaAvaliação: 


É difícil começar a escrever sobre alguns livros, Extraordinário é assim, pois ele traz tantas mensagens, tantas lições, que a gente fica querendo falar sobre tudo ao mesmo tempo, mas a forma como o livro começa a ser contado, já do ponto de vista do August, meio que te desarma, pois a gente já imagina que ele é um garoto frágil, traumatizado pelo seu problema, e não é nada disso. Eu arrisco dizer que me apaixonei pelo Auggie logo na primeira página, e no decorrer do livro isso se comprova cada vez mais.


“A única razão de eu não ser comum é que ninguém além de mim me enxerga dessa forma.” 

O livro divide-se em partes, todas narradas em primeira pessoa, pela visão do August e de todos os personagens que o cercam, com exceção de seu pais, pois esses o amam incondicionalmente e não precisam "justificar" isso para ninguém. Dessa forma, nós conseguimos ver a história por vários ângulos e ainda conhecemos um pouco de cada personagem, o que enriquece muito a leitura, pois passamos a entender cada um deles, e os motivos deles não se sentirem como todas as outras pessoas se sentem em relação ao August.


“É engraçado como às vezes nos preocupamos muito com uma coisa e ela acaba não sendo nem um pouco importante.”

E sim, a aparência do August é assustadora num primeiro momento e eu, com certeza faria a mesma cara que todos fazem no livro. Com certeza eu sentiria vergonha por ter me assustado ao vê-lo pela primeira vez. Mas se tem uma coisa que eu aprendi é que a aparência não importa, e que alguém que por algum motivo não se encaixa naquele padrão socialmente aceito que diz que todos devem ser "normais", sempre tem um algo mais a oferecer. E eu sempre me atraio por essas pessoas, eu sempre as admiro por seguirem suas vidas sem se deixar abater por olhares, comentários ou preconceitos. Essa seja talvez, uma das muitas lições que o livro nos passa. 


“É como a agulha da bússola, que sempre aponta para o norte, não importa para que lado você esteja virado. Todos aqueles olhos eram bússolas, e eu era como o polo norte para eles.”

Começar em uma escola nova, especialmente quando você nunca esteve em uma é sempre assustador para qualquer criança, mas para August isso é multiplicado, afinal, desde que nasceu sofreu com várias situações, olhares, julgamentos, risos e várias outras coisas que nem imaginamos. Por sorte, a escola usou de métodos para fazê-lo se sentir melhor, o que a princípio parece não funcionar, mas com o desenrolar da trama, algumas coisas vão mudando, tanto para o Auggie quanto para todos na escola.


“Disse palavras gentis, que, eu sabia, eram para me ajudar, mas palavras não vão mudar meu rosto.”

Eu não quero entrar em muitos detalhes do enredo, mas dois personagens me encantaram, além do August é claro, que foram a Summer e a Miranda. Elas se mostraram pessoas realmente incríveis, por terem, de certa forma, ignorado totalmente a aparência daquele menino e terem sempre tratado ele como deveria, como um garoto normal. E apesar da superproteção dos pais, essa "normalidade" pode ser percebida durante toda história: A paixão por Star Wars, jogos de videogame, tomar sorvete, ler gibis, estudar, fazer amigos, piadas, brincadeiras, se mostrar como realmente é, sem fingir ser um coitado de que todos devam ter pena.


“Não precisamos dos olhos para amar, certo?”

E por ser um livro infanto juvenil, ele é repleto de mensagens para o leitor dessa idade, exatamente aquele que está formando sua personalidade e que precisa aprender a lidar com algumas situações que vai encontrar pela vida. E eu acho que o personagem August vai ser o canalizador disso tudo, pois ele, na sua simplicidade, apenas com a cara e a coragem, vai fazer com que todos enxerguem o quanto ele é normal, comum, um garoto como qualquer outro, enquanto o enredo se desenrola a partir de quando ele começa a estudar na escola. 

“Quando tiver que escolher entre estar certo e ser gentil, escolha ser gentil.”

Essa é uma daquelas leituras que marcam, que fica, que merece ser lida outras vezes para que a gente nunca esqueça do que aprendemos com o August e com os outros personagens brilhantemente construídos pela autora, que conseguiu reunir vários padrões comportamentais e as mudanças nas atitudes das pessoas que viveram a experiência de conviver com um garoto diferente... ou melhor, extraordinário.

“- Ela parece muito legal.
- É sim.
- E é muito bonita – comentou a mamãe.
- É, eu sei – respondi. – Nós somos meio que a Bela e a Fera.”

Gostaria que o livro tivesse durado um pouco mais, pois gostaria de um maior desenvolvimento no meio. Mesmo que a história tenha se desenvolvido normalmente, sem pressa, eu esperava mais acontecimentos inesperados e marcantes, sei lá... acho que não queria desapegar do Auggie.

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Falando rapidamente do livro, a edição é muito linda, mas simples, capítulos curtos, fonte grande, a escrita da autora é bem fluida e de fácil leitura. Adorei a divisão das partes e acho que a capa também deixa uma mensagem. Não sei se foi essa a intenção, mas o rosto na capa para mim, tenta expressar o que menos importa no livro, que isso (o rosto) é só um detalhe e que há muito mais para ser visto no interior.

Acredito que muitos já leram o livro, então gostaria muito de trocar uma ideia com vocês. Não queria me alongar mais, mas acho que poderia falar muito mais sobre ele.

Até a próxima!!!
 
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