junho 25, 2016

A Última Dança de Chaplin

Olá pessoas lindas, tudo bem?
Hoje trago uma resenha de um livro tão desejado que não via a hora de começar a ler e contar tudo para vocês.


Esse livro, eu conheci na Turnê Intrínseca do ano passado e desde então foi um dos livros mais desejados, mas por falta de dinheiro, outras prioridades e muitas leituras pendentes foram adiando a realização desse desejo. Mas finalmente, consegui comprar o livro e logo comecei a leitura. Confiram o que eu achei.

Sinopse: Combinando elementos reais com ficção, A última dança de Chaplin conta os últimos anos de um dos maiores ícones do cinema americano. Na noite de Natal de 1971, Charlie Chaplin recebe a visita da Morte. O famoso ator está com oitenta e dois anos, mas ainda não se sente preparado para ver as cortinas se fecharem uma última vez. Desesperado por acompanhar o crescimento do filho mais novo, o ator propõe à Morte um acordo: se conseguir fazê-la rir, ganhará mais um ano de vida.

Enquanto espera o encontro fatídico, Chaplin escreve uma carta para o filho, contando a ele seu passado: da infância pobre na Inglaterra, com o pai alcoólatra e a mãe louca, ao auge do sucesso nas telas de cinema dos Estados Unidos, passando pelo circo, pelo vaudeville e por empregos estranhos, como tipógrafo, boxeador e embalsamador.

Título: A ùltima Dança de Chaplin | Autor: Fabio Stassi | Ano: 2015 | Gênero: Biografia, ficção, romance | Editora: Intrínseca | Onde Comprar: Amazon 


Então, como conta a sinopse, o livro vai narrar fatos da vida do gênio da sétima arte mesclando com um enredo fictício criado para tornar o enredo rico, poético e muito emocionante, onde a morte sempre a espreita, aguarda pacientemente o momento de levá-lo deste mundo.

“A MORTE: Está bem Vagabundo, voltarei daqui a um ano. Você mereceu: no fundo, é bom rir.”

Em sua carta, Chaplin conta ao filho, que ainda é uma criança de apenas 9 anos toda a sua trajetória, desde a infância miserável, até o sucesso nos Estados Unidos, passando por vários momentos da história, bem como suas várias profissões, que na minha opinião, contribuíram muito para transformá-lo no grande ator que se tornou, pois durante seu percurso de Nova York até Los Angeles, ele conheceu muitas pessoas, trabalhou para elas e absorveu um pouco em cada parada, em cada trabalho, em cada cidade, em cada estação de trem...

“Transformar a própria juventude em uma fantasia não é uma bela maneira de relembrá-la?”

Durante a leitura, Chaplin se apaixona, luta, trabalha, adoece, apanha, conhece pessoas boas, pessoas más, aprende com a vida, com o trabalho, consigo mesmo. Tudo que se passa no livro agrega ao ator, que ao buscar descobrir o cinema, cujo surgimento se confunde com sua história de vida, elementos que serão fundamentais para a concepção do personagem Carlitos, o Vagabundo imortalizado em seus filmes.

“Para me tornar o ator que desejava, eu precisava aprender a entrar na cabeça das pessoas, a me virar sozinho, a olhar. A criar cada movimento a partir da observação da vida.”

E apesar de ser uma obra de ficção, é impossível não enxergar a maestria de um homem que conduziu sua vida, que tinha tudo para ser miserável, ao mais alto nível de brilhantismo que alguém poderia alcançar. E o mais engraçado é que conhecendo um pouco sobre sua biografia, e até mesmo nesse livro, que muitas críticas surgiram, muitos nãos, até que Chaplin fosse reconhecido pelo seu incomparável talento.

“A natureza me fez baixo o suficiente para que eu não precise me ajoelhar diante de ninguém.”

Eu amei a forma como o autor conduziu a trama, em forma de uma carta escrita ao filho caçula, intercalando com os anos que precederam sua morte no natal de 1977. Há ali uma cronologia que relata a vida de Chaplin contada por ele, de uma forma que muitos não conhecem como o próprio relata, onde ele diz que em sua biografia omitiu muitos daqueles acontecimentos, mas que agora ela revelava ao filho. Isso para mim foi brilhante por parte do Stassi, pois por mais que seja uma obra de ficção, nos faz crer que realmente tudo aquilo aconteceu e que, pela sua escrita marcante, foi o próprio Chaplin quem nos conta sua versão da história.

“Não riam do que estavam acontecendo, por mais engraçado ou cômico que fosse, riam de mim, das consequências de tudo o que acontecia expressas em meu rosto, da minha assustadora inconciliabilidade com o mundo, porque ser realmente ridículo não depende do figurino.”

O livro é realmente comovente, cheio de altos e baixos, nos levando junto ao Chaplin pelas aventuras pelas quais ele passou até se tornar o principal nome do cinema mundial, do qual sou fã incondicional, tanto da Chaplin quanto do cinema, é claro... E quem já viu pelo menos um de seus filmes, consegue captar a essência do que é ser apaixonado pelo faz, como o Chaplin era.

“A minha memória é tão inverossímil que não sei mais se realmente vivi ou se sonhei o que ele contém.”

A edição do livro é bem simples, divida em partes que mesclam a carta e os anos que Chaplin e a morte travam uma aposta pelos anos de vida, de forma que não há divisão em capítulos, apenas em anos, entre 1971 e 1977. Mas apesar disso, há espaços dentro dessas partes para que a leitura não se torne cansativa, já que trata-se de uma carta. A escrita do autor é primorosa, não encontrei erros de revisão; as páginas são amarelas e a fonte tem bom tamanho. A capa remete satisfatoriamente ao enredo do livro, sendo simples e de fácil identificação com o contexto.

Bom, é isso, espero que tenham gostado. Não sei se é bem o tipo de livro que a maioria curte, mas para mim foi uma leitura maravilhosa.

Até a próxima!
 
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